Com “As palavras poupadas”, volume de contos composto por nove narrativas, do qual faz parte o conto presente, Maria Judite de Carvalho recebeu o prémio Camilo Castelo Branco da Sociedade Portuguesa de Autores em 1961. A escritora nasceu a 18 de Setembro de 1921 em Lisboa e, com três meses de idade, quando os seus pais partiram para a Bélgica, foi entregue às tias, que desapareceram quando ela era ainda criança. Por volta dos 10 anos, a mãe morreu de tuberculose, devido à qual morrerá também, logo a seguir, sucedendo a esta verdadeira “linha de túmulos”1, o irmão. Cinco anos mais tarde, o pai desaparecerá num truque de macabra magia. Depois de se ter licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa, foi viver, junto ao seu marido, o professor universitário e escritor Urbano Tavares Rodrigues, para França em 1949, onde o casal permaneceu até 1955. Embora tivesse escrito em 1949 o seu primeiro conto para a revista Eva e outros pequenos para o Diário Popular nos anos de 1949 e de 1953, foi só em 1959 que publicou Tanta Gente, Mariana, o seu primeiro conjunto de contos, considerado como uma revelação pela imprensa da época. A partir de 1968, Maria Judite de Carvalho foi redactora do Diário de Lisboa (1968-1975), da revista Eva (até 1975) e de O Jornal (1976-1983). Além disso, ecreveu crónicas para o “Suplemento Mulheres” do Diário de Lisboa sob o pseudónimo Emília Bravo. Colaborou com vários outros jornais e revistas. A obra de Maria Judite de Carvalho, que morreu em 1998, compreende crónicas, contos, novelas, romance, poesia e teatro.
Inhaltsverzeichnis (Índice)
- A Solidão na Obra de Maria Judite de Carvalho
- A Solidão como Tema Fundamental
- As Palavras Poupadas
- O Conto “A Noiva Inconsolável”
- A Morte do Noivo
- Reações das Amigas
- Reações da Família
- A Solidão da Protagonista
- Incomunicabilidade Familiar
Zielsetzung und Themenschwerpunkte (Objetivos e Temas-chave)
Este trabalho visa analisar o conto "A Noiva Inconsolável", de Maria Judite de Carvalho, explorando os temas da solidão, da incomunicação e da morte na obra da autora. O objetivo é compreender como a protagonista, Joana, lida com a perda do seu noivo e como a sua família e amigos reagem à sua dor.
- A Solidão como Tema Central
- A Incomunicabilidade Familiar e Social
- A Morte como Experiência Individual e Social
- A Falsidade das Relações Interpessoais
- A Dificuldade de Expressar o Amor e a Dor
Zusammenfassung der Kapitel (Sumário dos Capítulos)
O conto "A Noiva Inconsolável" inicia-se com a notícia da morte do noivo de Joana, um evento que a mergulha numa profunda solidão. O conto descreve as diferentes reações das amigas e da família de Joana, revelando a superficialidade das amizades e a dificuldade de comunicação dentro do núcleo familiar. A protagonista sente-se isolada e incompreendida, incapaz de encontrar conforto ou apoio nos seus relacionamentos. O conto explora a dor da perda, a inutilidade das palavras vazias e a dificuldade de lidar com a morte em uma sociedade que se esforça para ignorá-la.
Schlüsselwörter (Palavras-chave)
Solidão, Incomunicação, Morte, Família, Amizade, Relações Interpessoais, Falsidade, Dor, Perda, Maria Judite de Carvalho, "A Noiva Inconsolável", "As Palavras Poupadas".
- Quote paper
- Thomas Strobel (Author), 2002, Maria Judite de Carvalho: "A noiva inconsolável" (As palavras poupadas, 1961), Munich, GRIN Verlag, https://www.grin.com/document/114588