As denominações quilombos, mocambos, terra de preto, comunidades remanescentes de quilombos, comunidades negras rurais, remanescentes de comunidades de quilombos são expressões que designam grupos sociais descendentes de escravos africanos trazidos para o Brasil durante o período colonial, que resistiram ou se rebelaram contra o regime escravista, formando territórios independentes onde a liberdade e o trabalho comum passaram a constituir símbolos de liberdade, autonomia, resistência e diferenciação do regime de trabalho escravista.
No Brasil, genericamente, quando se fala em quilombos logo se aciona a idéia de negros fugitivos que se escondiam no meio das florestas. Isto deve-se a uma interpretação datada de 1740, quando o Conselho Ultramarino consultado pelo rei de Portugal sobre esses grupos sociais respondeu que Quilombo seria “toda habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”.
Este trabalho pretende dar uma visão geral sobre os “quilombos” brasileiros e em particular, no exemplo da maior manifestação de rebeldia contra o escravismo na América Latina: Palmares. “Of all of the historical examples of slave protest, Palmares is the most beautiful, the most heroic. It is a black Troy, and its story is an Iliad.” (Oliveira Martins)
O trabalho presente tem o objetivo de aprofundar esta citação. No segundo capítulo será introduzido o tema: escravismo negro no Brasil. Já no terceiro e quarto capítulos, será definido e caracterizado o quilombo no contexto brasileiro, servindo de base para descrever, mais especificamente, no quinto capítulo, o quilombo de Palmares. Para finalizar, no sexto, serão dadas algumas informações sobre a significação dos quilombos na população negra no Brasil contemporâneo.
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- Marc Berger (Author), 2007, O QUILOMBO – forma de resistência histórica dos escravos, Munich, GRIN Verlag, https://www.grin.com/document/86580